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Ponta Grossa: CEI do lixo aponta irregularidades e recomenda CPI em relatório final

Comissão Especial de Investigação concluiu os trabalhos e encaminhará os apontamentos ao Ministério Público; entre os indícios estão ilegalidades no contrato com a PGA e prejuízo aos cofres públicos.

Jornal
Por: Jornal Fonte: Das assessorias
14/06/2025 às 19h28
Ponta Grossa: CEI do lixo aponta irregularidades e recomenda CPI em relatório final
Foto: divulgação

A Comissão Especial de Investigação (CEI) da Câmara Municipal de Ponta Grossa, conhecida como "CEI do Lixo", concluiu seus trabalhos nesta quinta-feira (12), após 90 dias de apurações sobre o contrato de limpeza pública firmado com a empresa Ponta Grossa Ambiental (PGA). O resultado foi a apresentação de dois relatórios finais que apontam uma série de irregularidades e recomendam a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para aprofundar as investigações.

Os documentos, um elaborado pela relatora Teka dos Animais (União Brasil) e outro pelo presidente Professor Careca (PV) em conjunto com o membro Léo Farmacêutico (União Brasil), serão encaminhados ao Ministério Público do Paraná (MPPR), que já havia instaurado uma Notícia de Fato sobre o caso.

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O foco da CEI foi a apuração de possíveis ilegalidades na execução do Contrato Municipal nº 189/2008, com atenção especial ao seu 36º Termo Aditivo. As investigações incluíram a análise de centenas de documentos, vistorias técnicas e a realização de mais de uma dezena de oitivas com secretários, ex-secretários, fiscais do contrato e representantes da empresa.

"Foi um trabalho extenso, muitas oitivas, visitas e documentos que obtivemos. Optamos por fazer a indicação da abertura de uma CPI, para que possamos continuar investigando algumas questões que não foram esclarecidas nos 90 dias", afirmou o presidente da CEI, Professor Careca.

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Principais apontamentos do relatório

O relatório final da comissão detalha diversas constatações que indicam graves problemas na gestão do contrato, considerado o mais caro do município. Entre os principais pontos, destacam-se:

  • Ilegalidade do 36º Aditivo: A investigação concluiu que o 36º aditivo, que prorrogou o contrato por mais 12 anos e incluiu novos serviços, como a Usina Termoelétrica a Biogás (UTB), foi realizado de forma ilegal, sem o devido processo licitatório.
  • Contrato Vencido: Segundo a CEI, o contrato original perdeu sua validade em janeiro de 2025, após o trânsito em julgado de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que derrubou a base legal para sua prorrogação.
  • Pagamentos indevidos: A comissão apontou que a construção da UTB foi integralmente custeada pelo município, contrariando a justificativa de que a prorrogação do contrato seria necessária para amortizar um suposto investimento privado da concessionária. Documentos mostram pagamentos que ultrapassam R$ 16 milhões à PGA.
  • Abandono do aterro Botuquara: Em vistoria ao aterro desativado do Botuquara, a CEI encontrou uma situação de abandono, com lagoas de chorume transbordando e ausência do monitoramento ambiental exigido por lei.

A controversa usina termoelétrica e o digestato

A Usina Termoelétrica a Biogás (UTB) foi um dos pontos centrais da investigação. Durante vistoria ao local, os vereadores constataram que a estrutura não estava em operação plena, com equipamentos parados e poucos sinais de uso recente.

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Além disso, um dos subprodutos da usina, o digestato, que deveria ser utilizado como fertilizante em áreas públicas do município, revelou-se prejudicial às plantas, conforme laudo técnico da Secretaria de Agricultura. Apesar disso, a CEI descobriu que a prefeitura paga, através de um aditivo contratual, mais de R$ 72 mil mensais por um caminhão para transportar o digestato para fazendas agrícolas privadas, um custo que, segundo a lei, deveria ser dos grandes geradores de resíduos.

Desdobramentos e recomendação de CPI

A recomendação para a abertura de uma CPI se justifica pela necessidade de aprofundar pontos que a CEI, por suas limitações legais, não conseguiu esclarecer. Os membros da comissão foram impedidos de fiscalizar o aterro da Zero Resíduos em Teixeira Soares, para onde o lixo de Ponta Grossa é levado, e relatam não terem recebido documentos essenciais solicitados à COPEL sobre a geração de energia da UTB.

"Dentro do relatório final nós fizemos alguns apontamentos, aprovados entre os membros e nos próximos dias deveremos encaminhar esse documento ao Ministério Público para dar sequência nas investigações", destacou o vereador Léo Farmacêutico.

Uma CPI possui poderes de investigação ampliados, como a possibilidade de quebra de sigilos e convocação coercitiva, o que poderia ser crucial para o total esclarecimento dos fatos.

Possíveis responsáveis apontados pela comissão

O relatório sugere que o Ministério Público investigue a responsabilidade de diversos agentes públicos e privados que possam estar envolvidos nas irregularidades. A lista de citados inclui o ex-prefeito Marcelo Rangel, a atual prefeita Elizabeth Schmidt, ex-secretários de Meio Ambiente e da Fazenda, ex-procuradores, além da concessionária Ponta Grossa Ambiental, seu diretor-presidente e sua representante jurídica.

A comissão ressalta que a apuração rigorosa dos fatos é fundamental para garantir a responsabilização por eventuais atos de improbidade administrativa e condutas lesivas ao patrimônio público.

Clique aqui para ver o documento "Relatório Paralelo - Presidente e Membro.pdf"

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