Os pequenos cientistas contam, empolgados, sobre o que aprenderam durante meses de preparação e de pesquisa. A Mostra Cultural do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), chega à sua 26ª edição, em 2024. Durante a quinta (19) e sexta-feira (20), 14 turmas de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Escola Reitor Álvaro Augusto Cunha Rocha, que faz parte do Caic, falaram sobre ciência, saúde, meio-ambiente, educação e respeito à diversidade.
Na sala do 1º ano, quem entrava já era recebido com uma apresentação de fantoches: a Vovó Tereza e o Vovô José contavam sobre suas histórias e explicavam sobre a importância da educação. A pequena Lívia estava com o texto na ponta da língua: decorou até que no Brasil tem 1,5 milhão de idosos que não sabem ler e nem escrever. Para ela, foi fácil, porque adorou o tema, que envolveu até visitas a um asilo da cidade e entrevista com pessoas idosas da família. “Foi bem legal, aprendi muitas coisas. Eu aprendi que tem que dar o lugar para os idosos, ajudar a subir na escada do ônibus, aprendi sobre as doenças…”, conta.
Foram sete temas: o Infantil IV apresentou “Do Cocar ao Mingau: culturas e tradições, presentes no universo infantil”; o Infantil V, “Crescendo Saudável”; o 1º ano, “Processo de envelhecimento: respeito e valorização da pessoa idosa”; o 2º ano, “Meio Ambiente: preservando a natureza”; o 3º ano, “Reciclagem nos jogos e brinquedos”; o 4º ano, “Educação financeira: mãozinhas empreendedoras”; e o 5º ano, “Educação para o trânsito”.
“A Mostra Cultural é um grande evento onde são celebradas todas as produções e as pesquisas que as crianças vêm desenvolvendo durante o ano”, sintetiza a diretora do Caic, Rosiane Machado da Silva. “Neste ano, nós demos uma atenção especial para os temas transversais voltados para a educação básica, numa perspectiva de ensino de escola em período integral”. Durante o desenvolvimento das pesquisas, há um engajamento todo especial dos alunos e alunas, da comunidade escolar e dos professores. A professora Rosiane comemora a riqueza cultural de conhecimentos envolvida na Mostra, desde as entrevistas, elaboração de gráficos, pesquisas, produção artística e contextualização histórica dos temas. “Isso vai de encontro à nossa proposta pedagógica, que é educar pela pesquisa. Nós, como uma escola universitária, como uma escola-pesquisa, fazemos isso com muito amor e muita dedicação, porque acreditamos nesse processo de construção do conhecimento”.
Na sala do 2º ano, os pequenos cientistas estavam falando de coisa séria e de brincadeiras, ao mesmo tempo. De um lado da sala, muitos brinquedos feitos com materiais recicláveis; do outro, animais, plantas e cartazes contavam sobre o impacto das ações humanas na Terra. Henrique estava animado para contar tudo que aprendeu: a cada visitante, ele corria para falar sua parte. Sua parte preferida? “Os animais que nós fizemos juntos. Eu fiz a cobrinha, com tampinha de garrafa”, conta. Apenas no início da caminhada nesse mundo, ele já provou que sabe mais que muito adulto, por aí. “Eu aprendi que é muito importante cuidar do Planeta Terra, da água, das árvores. A gente não tem como tomar água suja e nem respirar o ar sujo, né?”.
Texto e fotos: Aline Jasper
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