Imagine que você é um construtor da Idade Média. Você olha ao seu redor e vê uma pedra tosca, cheia de imperfeições, e enxerga nela o potencial de, se lapidada, ter mais utilidade ou até mesmo utilidades, no plural. Seus olhos se direcionam para o lado e enxerga mais pedras no mesmo estado e, então, você percebe que se todas elas fossem polidas e preparadas poderiam ser usadas para construir algo útil, belo e dignificante.
Séculos atrás, os Maçons faziam exatamente isso. Eram primorosos pedreiros, que dominavam a arte de construir. Tinham a fantástica capacidade de projetar belas edificações e de trazê-las para a realidade. Visitando a Europa, muitas dessas obras, normalmente catedrais, podem ser conhecidas e levar a pensar como, em tempos tão distantes, complexas construções puderam ser feitas de forma tão primorosa.
Seguindo nesse nosso exercício de imaginação, projete em sua mente a hipótese de, na ânsia de construírem esses Edifícios, esses construtores apostassem na brutalidade. As pedras imperfeitas, manejadas com força exacerbada, sem a aplicação da inteligência, suportariam? Da mesma forma, se o construtor se omitisse de colocar a energia necessária para retirar as asperezas, haveria o resultado almejado? Nem muita força, nem pouca força, o que importava era estudar cada pedra e trabalhar nela do jeito certo.
Agora, vamos trazer para a atualidade, em que os Maçons trabalham simbolicamente na construção de um Edifício Social melhor, almejado, certamente, por todos. Como vamos lapidar as pedras que existem na Sociedade e que vão formar essa estrutura? Como vamos desafiar o que existe e construir algo novo, inacreditavelmente bom? O que precisamos fazer para sermos protagonistas nessa construção? E como fazer? O ódio pode ser uma ferramenta para a construção que almejamos? A intolerância pode gerar a transformação social que queremos?
Entendemos que é fundamental, caro (a) leitor (a), o querer agir. Esse é o passo primordial, assim como, no passado, o querer construir era o movimento desencadeador de todo o resto para materializar obras suntuosas. Se de fato atingimos essa vontade real de ação, precisamos ter clareza do como fazer. E aqui entram inúmeras possibilidades, algumas deixarão mais demorado o resultado, outras podem antecipar, todas com prós e contras. Nesse contexto, certamente fica inconcebível ter o ódio e a intolerância, em qualquer medida que seja.
A transformação da Sociedade, em nosso ponto de vista, passa necessariamente pela nossa capacidade de vivermos com a diferença e, mesmo com ela, conseguirmos convergir em intenções e avançar construindo um Edifício Social melhor para todos. Vamos ter pedras diferentes, mas que, nem por isso, serão inúteis ou desprezadas no processo de construção. Se as compreendermos, vamos conseguir ajustar a convivência e preencher as diferenças com a argamassa da concórdia e da união. Fazendo assim, o Edifício que queremos terá mais capacidade de cumprir o seu objetivo. E se, de fato, uma pedra estiver muito desalinhada para o que é preciso, cabe a lapidação carregada de empatia e coragem, por meio do exemplo.
Temos enxergado, caro (a) leitor (a), muitos desafios batendo em nossa porta e se a divisão prosperar, junto com ela também prosperará o mal que está corroendo a nossa Sociedade e nossos direitos. Está na hora de um despertar para a ação, com polidez e fidalguia, mas com muita coragem e determinação. A obra é difícil. A obra é desafiadora. Mas se assumirmos o protagonismo, os resultados virão.
Vamos transformar a Sociedade!
Conheça a Coluna Luís Mário Luchetta